Você se identifica com a vibe do filme "Raya e o Último Dragão"?
Redatora: Samara Mascarenhas Schumacher
🚨 Alerta de spoiler do filme Raya e o Último Dragão🚨
Fonte: Própria.
Essa é uma conversa que não sei se você está pronto para ouvir, porém imagino que estou pronta para falar. É muita coisa para processar, nem consegui acompanhar o tsunami de ideias que eu tive, entretanto consegui escrevê-las, então você consegue acompanhar (risos). Embarque nessa leitura cativante do quanto o filme "Raya e o Último Dragão" pode nos ensinar (publicidade bacana essa, diz aí).
Primeiramente, vamos descrever a dinâmica do filme. A história é sobre Raya, uma menina asiática que assim como muitas outras pessoas, viu seu pai ser transformado em pedra pelos Drum, criaturas que transformavam qualquer um que visse pela frente em pedra. O pai de Raya acreditava que ainda havia esperança dos 5 reinos voltarem a ser Kumandra, antes que os Drum destruíssem tudo e o reino fosse separado.
Antigamente, o reino era unido e coexistia com dragões. Então vieram os Drum e transformaram todos em pedra, menos o dragão Siso, que criou uma joia capaz de destruir os Drum e trazer as pessoas de volta, mas os Dragões não voltaram. E os humanos, ao invés de viverem em paz, queriam a joia (o último resquício de poder de Dragão) para si mesmos, separando Kumandra em 5 reinos: Coração, Presa, Coluna, Garra e Cauda.
Mas Raya não confiava nas pessoas igual ao pai, e quando confiou foi traída, permitindo que a joia que afastava os Drum fosse quebrada em 5 pedaços. Os Drum voltaram e Raya ficou sozinha durante 6 anos, procurando Siso, que ainda poderia estar vivo e ser capaz de destruir os Drum novamente.
O filme foi dirigido por Don Hall e Carlos Lopéz Estrada, e escrito por Qui Nguyen e Adele Lim. Aproximadamente 450 pessoas estavam envolvidas na construção do filme, todas trabalhando de casa por meio de ligações via plataformas de videochamadas, o que torna a qualidade do filme ainda mais admirável.
Quando o filme foi idealizado, os escritores queriam que ele fosse atemporal, como dizem os escritores em uma entrevista referenciada ao final desta matéria. Entretanto com a pandemia, pode-se facilmente fazer a analogia entre os Drum e o vírus atual, onde ambos não possuem critérios sobre quem vão transformar/infectar, fazendo com que o tema se torne cada vez mais relevante.
O Diretor, em uma outra entrevista (também referenciada ao final desta matéria) comenta que o foco da idealização do filme era começar pelo tema (confiança) e criar a história a partir dele. O que foi claramente observado quando o fator crucial do filme era fazer com que os povos confiassem uns nos outros para que tudo pudesse voltar ao normal novamente.
Confiança. Se a história surgiu desta ideia, é importante pararmos para refletir um pouco sobre isso. A humanidade atual está como os 5 reinos separados, onde cada um se importa somente consigo mesmo e presume coisas dos outros sem ao menos confirmar a verdade. Como disse Qui Nguyen em uma das entrevistas, "o maior ato de bravura que Raya poderia ter feito, foi confiar em quem ela mais desconfiava, esse ato serve para nos lembrar que temos mais em comum que nossas diferenças."
A humanidade se esqueceu disso, e mesmo lembrando de vez em quando, deixamos esfriar novamente em nossas mentes. Como pode-se observar pelos confrontos entre Israel e Palestina, a relação entre Estados Unidos e emigrantes e entre muitas outras ações que acontecem em nosso mundo e muitas vezes normalizamos.
Fonte: Própria.Além de proporcionar uma reflexão como essa, esse filme traz algo novo, uma princesa totalmente baseada na cultura do sudeste asiático, assim como todos os reinos. De acordo com o site FolhaPE, por mais que a Disney já tenha trazido Mulan como representação de uma cultura chinesa, o público chinês rejeitou o primeiro filme porque haviam retratos ofensivos de sua cultura, o que tentaram se redimir com o filme live action.
É importante deixar a reflexão de que, confiar nos outros não é fácil, porém não precisa ser impossível. Mesmo depois de Raya ter sido traída por Namaari, confiou uma segunda vez nela, e nessa segunda vez, movida por forças maiores, foi traída novamente. Coloquei um bom exemplo agora né? Falei que é bom confiar nos outros, todavia deixei um exemplo de traição. Mas é que nessa cena, Namaari não quer trair Raya uma segunda vez porque confia (bem lá no fundo) em Raya, e quer ajudá-la, mas sua mãe Virana que ainda possui sua mente fechada e não quer confiar em ninguém, nem escuta o que sua filha tem a dizer, ocorrendo o contrário, Virana convence Namaari que o certo a fazer é trair Raya de novo.
Seria a maioria das pessoas do mundo a Virana e a Namaari as poucas pessoas que desejam pensar de um jeito diferente? Mas ao contrário do filme, onde Namaari tem a Siso para confiar nela, no mundo atual, muitas Namaaris são desacreditadas e deixadas de lado por todos, e ninguém quer escutá-las.
Reflitam sobre isso, e ao invés de buscarem popularidade, fama ou um alto posto na sociedade, busquem a diferença, um mundo melhor. É com tempo e uma gota de cada vez que uma pedra é deformada pela erosão.
Referências
[1] RAYA Q&A w/ Don Hall, Carlos López Estrada, Osnat Shurer, Qui Nguyen, Adele Lim, &Fawn Veerasunthron:
[2] Don Hall, Carlos Lopez Estrada & Qui Nguyen Interview: Raya and the Last Dragon:
[3] FOLHADEPERNAMBUCO. Nova princesa de 'Raya e o Último Dragão' lidera luta da Disney pelo mercado asiático. Disponível em: <https://www.folhape.com.br/cultura/nova-princesa-de-raya-e-o-ultimo-dragao-lidera-luta-da-disney-pelo/174816/> Acesso em: 08 jun. 2021.
Uff. Hallo, ich komme endlich von einer Reise nach Deutschland zurück. Deshalb habe ich so lange gebraucht, um einen Kommentar zu posten (übrigens bist du immer noch exzellent in deinen Jobs), aber sieh die positive Seite: Ich habe meine Brüder Blark und Zark mitgebracht, um mir bei der Bewertung dieser Geschichten zu helfen. Hoffe dir gefällt!
ResponderExcluirGrüße aus Brasilien
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