Wall-E e o Fim do Mundo

 Redatora: Samara M. Schumacher

                                Fonte: Própria.

🚨🚨 Spoiler do filme Wall-E 🚨🚨

Já parou para pensar em como seria o fim do mundo? Pois Andrew Stanton e Pete Docter pensaram em um possível final, e transformaram isso no filme Wall-E. Para você que nunca assistiu, Wall-E é um filme que se passa através da vivência de um robô catador de lixo chamado Wall-E, que foi o último que sobrou após todos os seres humanos terem deixado milhares deles na Terra para limpá-la, já que estava inabitável por causa da quantidade de lixo presente lá.

Hoje vamos abordar três aspectos importantes desse filme e como eles podem nos ajudar a ver coisas que não tínhamos visto antes. Aliás, recomendo muito que assistam novamente com esses novos olhos, vai que dá pra relacionar com algum tema do Enem né?

 
Um filme infantil pode trazer críticas sérias relacionadas ao mundo?

De acordo com o artigo publicado pela Universidade Federal de Juiz de Fora, sobre como a Pixar consegue trazer críticas sem se tornar um assunto maçante para crianças, o mesmo analisa diversos métodos trazidos no filme que influenciam tanto a criança, como a pessoa com repertório veem o filme e a sua crítica. Enquanto as crianças assistem o filme como uma simples aventura de um robô que ajuda a salvar as pessoas da nave e se apaixona no processo, o leitor crítico (linguagem trazida no artigo para pessoas com repertório) absorve além disso, e vê como é importante cuidar do planeta, ou como a tecnologia cega as pessoas, tirando o fato de que alguns poderiam já prever que Auto (piloto automático da nave) era do mal, etc. A Pixar tem um jeito próprio de trazer críticas e assuntos pertinentes do dia a dia em filmes infantis, o que ajuda as crianças a possuírem desde cedo uma noção de como aquilo realmente é um problema ou como evitar que fique ainda maior.

O lado sombrio da tecnologia

Até onde a tecnologia nos ajuda? No filme é mostrado como as pessoas se importavam mais em ter internet e acomodação do que realmente tentar achar outros jeitos de voltar para a Terra mais rápido. Essa realidade não está muito longe do que a vivida atualmente. Existem muitas pessoas (ricas) que não conseguem se imaginar lavando uma louça com as próprias mãos pelo fato de terem uma máquina para fazer isso para elas. Existem argumentos de que "ah, é que eu tenho uma vida corrida, preciso dessas facilidades", tudo bem, mas até que ponto os avanços tecnológicos podem nos acomodar? Mesmo com a vida corrida ainda conseguimos lavar uma louça, certo? E no filme, as pessoas tinham até cadeiras flutuantes para não se darem o trabalho de andar, e assim perderam músculos e ganharam peso, seria esse o futuro de muitas pessoas desejando ter cada vez mais facilidades e menos trabalho para coisas do dia a dia? Afinal, o motivo de o primeiro comandante da nave cancelar o Projeto A113 foi que o jeito mais fácil era seguir a rota no espaço ao invés de tentar ajeitar o planeta que eles mesmos estragaram, e nem o sempre o jeito mais fácil é o certo.

A pouca importância que dada ao lixo que produzimos

Você alguma vez já olhou para uma latinha vazia de refrigerante e se importou para onde que ela iria ser mandada após ser jogada no lixo? Pois é, muitas pessoas não ligam para onde que o lixo delas vão ir depois que ele entra no caminhão de lixo. Aqui em Porto Velho temos o lixão que fica ao lado da Vila Princesa, muitos alunos do IFRO já fizeram visitas técnicas lá e viram como a situação é precária, eu mesma já fui por conta própria e vi que as pessoas que moram lá, longe da cidade, ganham o dinheiro de cada dia através do que acham no lixão. Porém, por mais que de alguma forma o lixão "mova a economia", o meio ambiente sofre com isso. Com o lixo todo a céu aberto, não tem nenhuma lona que impeça o chorume de entrar nos lençóis freáticos da região, e ainda tem o fato de que o lixo lá exposto pode transmitir doenças para as pessoas que entram em contato com ele, entre vários outros fatores que afetam não só o meio ambiente mas a nós também. A questão aqui não é se você olha pra latinha e pensa "ah, isso vai demorar pra se degradar", mas é realmente agir, seja não usando mais sacolas plásticas quando vai ao mercado (mas preferir as reutilizáveis), separar o lixo orgânico do seco, fazer compostagem, entre infinitas outras ações para amenizar essa pegada ecológica que deixamos todos os dias ao nosso redor. Uma pessoa não faz a diferença, mas várias pessoas sim. Seja a diferença que você reclama que os outros não são.


Referências:

CARDINELLI, Carolina; SAVERNINI, Erika. O Futuro Pós-Apocalíptico de WALL-E: Como a Pixar constrói críticas sem assustar as crianças?. INTERCOM: Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, Volta Redonda - RJ, v. 1, n. 1, p. 1-12, jun./2017. Disponível em: https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwirv_yZ-8DxAhWCG7kGHfVzAuQQFnoECAMQAw&url=https%3A%2F%2Fportalintercom.org.br%2Fanais%2Fsudeste2017%2Fresumos%2FR58-0819-1.pdf&usg=AOvVaw2rBMESEHfcOBC11DgG6s5T. Acesso em: 30 jun. 2021.


Editoras: Michelly Freitas

Érika Bueno

Revisora: Kethelin Zaire

 

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