Divisão do IFRO??????

 Entenda o caso que virou motivo de polêmica desde este final de semana dentro do IFRO


Por: Fabio Koiti e Nícolas Costa

No dia 11 de Setembro, foi divulgado uma nota informativa a respeito da proposta de uma certa divisão nos Institutos Federais e com ele o IFRO, proposta essa que foi dada em mais outros estados como: Bahia, Ceará, Pará, São Paulo, Paraná entre outros. Porém, primeiramente é importante entendermos o que está acontecendo.


  1. O que é exatamente isso? 


Primeiramente esta ideia de divisão entre os institutos federais não é algo novo, foi algo que já aconteceu antes com os institutos federais em Minas Gerais que possui cinco reitorias por conta da grande quantidade de escolas na rede e também por conta do grande número de municípios (853 municípios dentro do estado), ou até mesmo em outros estados como Bahia, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Goiás e Pernambuco que possuem dois IFs, é importante pensar que isto ocorreu em um  período onde ainda não se passava por uma pandemia e foi muito bem articulado e bem pensado antes de ocorrer tal mudança. 

A proposta se trata da possível divisão do Instituto Federal de Rondônia para que de acordo com os apoiadores, se possa ter uma redução da carga horária, melhor administração e também criar mais empregos na região, visto que haverá a criação de uma nova reitoria. 


  1.  Qual mal isso teria?


É importante pensarmos como um todo que os IFs dependem de emendas de políticos que são eleitos pelo interior de Rondônia, dividir essas emendas possivelmente farão com que os políticos do interior invistam mais dinheiro nos campi na parte sul, outra coisa é a polêmica quantidade de dias para decisão já que dia 20 a reitoria precisa enviar uma resposta ao MEC (Ministério da Educação), como disse a professora Josélia na Roda de Conversa do dia 14 “queremos conversar mais, dialogar mais, não queremos ser consultados pelo “sim e não”, nós queremos construir juntos”.


        3. Essa proposta realmente vale a pena?


Antes de mais nada, é preciso relembrar que estamos vivendo em um cenário pandêmico, este, que teve início em dezembro de 2019, com o surgimento do SARS-CoV-2 (causador da COVID-19). Neste sentido, todas as ações educacionais foram e estão sendo prejudicadas; de 2020 até o presente momento, diversas resoluções foram publicadas por parte do Conselho Nacional de Educação visando uma melhoria na questão das aulas e da adaptação do ensino remoto. 

Sendo assim, foram realizados alguns destaques da proposta que não se adequam à realidade do ifro, conforme é possível verificar na tabela abaixo, elaborada pelos autores:


“Expectativa”

Realidade

“redução do trabalho por servidor” (pág. 16)

Como garantir ou melhor, prometer que haverá essa redução do trabalho por servidor, sendo que cada profissional, ao assinar seu contrato de trabalho, tem sua carga horária semanal pré-estabelecida? Seria uma pseudo-idealização? Uma proposta mal formulada? Uma frase de sentido ambíguo?

“melhoria da qualidade de vida” (pág. 16)

Quando se trata de melhoria da qualidade de vida do trabalho, não se pode afirmar que uma proposta de divisão de um Instituto Federal seria capaz de promover tal prática em um ambiente de trabalho. É de amplo conhecimento que para que a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores deve ser prosseguida de acompanhamentos de profissionais da área da segurança do trabalho, psicólogos do trabalho, medidas ergonômicas, dentre outros. Isto seria algo mal formulado ou apenas uma frase descabida ao contexto?

“melhoria de atendimento aos alunos” (pág. 16)

Ficou algo vago; se estiver se tratando da nova reitoria, a reitoria não atende diretamente aos alunos, o que não faria sentido. Por outro lado, se o objetivo é visar um melhor atendimento aos alunos, o caminho de primeira escolha não seria fragmentar o IFRO.

“Melhoria da qualidade de vida de alunos e servidores, pela maior proximidade do local de origem e maior concentração e concertação (*) sobre as demandas locais” (pág. 19)

Quais seriam as garantias de que tais melhorias ocorreriam? Para que houvesse uma melhoria, o ideal, antes de qualquer coisa, não seria investir em expansão e ampliação de cursos? É citado como própria insegurança ou incerteza a questão da não garantia da expansão de cada Instituto.

“Criação de uma nova Reitoria e a consequente necessidade de novo concurso público para a composição do quadro funcional.” (pág. 36)

A proposta fala muito na redistribuição e na readequação do quadro de pessoal, mas será que os elaboradores levaram em consideração o cenário atual de servidores da reitoria e dos campi, onde muitos contam com servidores cedidos (em decorrência de faltas) e com servidores substitutos (em decorrência da ausência de efetivos)?

“Não existe essa previsão, porque em princípio os representantes parlamentares (senadores e deputados) já fazem direcionamento de verbas por Campus, de modo que a existência de dois Institutos não interfere nas decisões. Entretanto, cada Reitor deve fazer suas articulações, apresentar projetos e demonstrar as necessidades do Instituto que representa, para canalizar mais recursos por meio dos Convênios ou Emendas Parlamentares.” (pág. 41)

Esse próprio trecho deixa a entender que pode haver um possível acirramento entre as porções Norte e Sul, que consequentemente geraria e, se não, aumentaria as desigualdades sociais já existentes.

“A divisão da estrutura existente em dois Institutos naturalmente reduz o quadro funcional com a titulação necessária para oferta de Mestrado e Doutorado…” (pág. 42)

Uma porção ficará com profissionais mais qualificados, o que facilitaria um maior desenvolvimento de ensino, ciência e tecnologia, aumentando ainda mais as tensões e desigualdades sociais entre os lados.


Vale destacar que tais pontuações são apenas “a ponta do iceberg”. Tal mudança, no presente momento, se mostra totalmente perigosa e não condiz com a realidade do nosso Instituto. Enquanto discentes, cabe a nós, lutarmos por uma educação digna e de qualidade, lutarmos para sermos ouvidos, e termos consciência do que nos é benéfico e/ou maléfico. Para ficar por dentro desses assuntos, abra a sua mente, ative o botão do senso crítico, ligue o filtro anti fake news e fique atento nos posts de conscientização que são lançados nas aqui, nas redes sociais do Jornal, ou até mesmo, repassados nos grupos das Lideranças Estudantis.


Pôster de Conscientização. Razões para não dividir o IFRO. Autor não identificado, 2021.


De acordo com o reitor na live do dia 14 de Setembro, a votação para a tomada de tal medida será no dia seguinte dia 15 de Setembro

“Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser opressor” (Paulo Freire)

#IFROumsoTime

#NaoaDivisao

#JuntosSomosMaisFortes


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Editora: Mariana

Revisora: Yasmin


Comentários

  1. #IFROumsoTime

    #NaoaDivisao

    #JuntosSomosMaisFortes
    Eu nao quero que a IFRO seja dividida ❌🚫⚠

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  2. #IFROumsoTime
    #JuntosSomosMaisFortes
    #NaoaDivisao

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  3. Matéria informativa e bem explicada. Boaa!

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